Operação no Jacarezinho
Sobe para 29 o número de mortos
O que a polícia foi fazer no Jacarezinho?
Agentes de diferentes delegacias, com apoio da Core, a tropa de elite da Polícia Civil, deflagraram a Operação Exceptis. A força-tarefa investiga o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas, como assassinatos, roubos e até sequestros de trens da Supervia.
A polícia afirma que o tráfico da região adota táticas de guerrilha, com armas pesadas e “soldados fardados”.
O que dizem os moradores?
Em vídeos publicados em redes sociais e em relatos à Defensoria Pública, testemunhas afirmam que suspeitos foram executados.
Thaynara Paes, mulher de um dos mortos no Jacarezinho, disse que, ao ser localizado pela polícia, o marido, Rômulo Oliveira Lúcio, chegou a se entregar, mas ainda assim foi executado. Rômulo, segundo ela, tinha 29 anos e estava na condicional.
Outra moradora filmou um policial e disse que o suspeito queria se entregar. A mulher acusou os agentes de tentarem "encurralar" moradores para evitar que eles chegassem até o local onde supostamente o homem teria se rendido.
O advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no RJ (OAB-RJ), contou que uma pessoa que vivia na casa foi para uma área externa, após a invasão. A testemunha relatou ter ouvido de policiais da Core que ficasse fora de casa enquanto os policiais estavam no local.
“Ela ficou nervosa, e a polícia disse pra ela ficar do lado de fora. Ela ouviu gritos, e, em seguida, os tiros”, contou Mondego.
O advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no RJ (OAB-RJ), contou que uma pessoa que vivia na casa foi para uma área externa, após a invasão. A testemunha relatou ter ouvido de policiais da Core que ficasse fora de casa enquanto os policiais estavam no local.
“Ela ficou nervosa, e a polícia disse pra ela ficar do lado de fora. Ela ouviu gritos, e, em seguida, os tiros”, contou Mondego.
O que a polícia diz sobre as alegadas execuções?
O delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário operacional da Polícia Civil, disse não considerar que houve erros ou excessos na operação.
“A Polícia Civil não age na emoção. A operação foi muito planejada, com todos os protocolos e em cima de 10 meses de investigação”, afirmou o subsecretário operacional da Polícia Civil.
Sobre a imagem do morto encontrado na cadeira, o delegado Fabrício de Oliveira, coordenador da Core e que participou da operação, disse que as circunstâncias em que ela foi feita vão ser apuradas.
"Quando a polícia acessou, alguns criminosos foram encontrados já mortos. Caso está sob investigação e em breve a polícia vai dar mais detalhes dobre a dinâmica do que aconteceu", disse.
4. Quem são os mortos?
Até a última atualização desta reportagem, apenas um deles tinha sido identificado pela polícia: o policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, atingido na cabeça no início da operação.
Os demais seguiam sem identificação oficial, mas, segundo o delegado Felipe Curi, os 28 eram “todos criminosos”. “Não tem suspeito, é criminoso, bandido, traficante e homicida porque tentaram matar os policiais”, afirmou.
A polícia também não esclareceu as circunstâncias em que foram mortos.
De todos os mortos, a polícia confirmou a identidade de apenas três - presentes na lista de denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ):
- Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos
- Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos
- Rômulo Oliveira Lúcio, 29 anos
5. Quantos foram presos?
O delegado Felipe Curi informou que seis pessoas foram presas: três com mandado de prisão e três em flagrante. Outros três procurados foram mortos — seriam Isaac, Richard e Rômulo.
A polícia tinha falado em 21 criminosos denunciados e identificados em escutas autorizadas pela Justiça, mas não esclareceu se contra todos foram expedidos mandados de prisão.
O que foi apreendido?
Um balanço divulgado às 17h de quinta-feira listava:
- 16 pistolas
- 6 fuzis
- 12 granadas
- 1 submetralhadora
- 1 escopeta
Também foi apreendida “farta quantidade de drogas” — que não foi contabilizada.
A operação foi autorizada?
A polícia garantiu que cumpriu todos os protocolos exigidos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério Público confirmou que foi avisado.
No ano passado, o STF determinou regras para operações policiais em comunidades — incursões de rotina estão proibidas. Pela decisão do ministro Edson Fachin, as ações só seriam permitidas de maneira excepcional.
“Decisão do STF não impede a polícia de fazer o dever de casa. Ela coloca protocolos, e a Polícia Civil cumpre todos”, disse o delegado Rodrigo Oliveira.
“Não sei se as grandes operações dão resultado. O que eu sei é que a falta de operação dá um péssimo resultado”, emendou Oliveira.
Por que esta foi a operação mais letal?
Nenhuma outra deixou tantos mortos, segundo um levantamento feito pelo G1 com informações do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da plataforma Fogo Cruzado.
“Foi a operação mais letal que consta na nossa base de dados, não tem como qualificar de outra maneira que não como uma operação desastrosa. É uma ação autorizada pelas autoridades policiais, o que torna a situação muito mais grave”, disse o sociólogo Daniel Hirata, do Geni.
Fonte: G1
Fonte: Globo
Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/05/08/mortos-jacarezinho.ghtml
3 Comentários
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O sociólogo que alega ser um desastre, deveria viver na pela a sociologia dele, tem que entrar junto na próxima incursão pra avaliar de forma coerente e com embasamento total da situação, quem apoia? continuar lendo
Dica para a polícia: coloquem câmeras nos policiais e as acusações podem facilmente ser verificada. continuar lendo
A Polícia Civil divulgou, na tarde deste sábado (8), o nome de 27 suspeitos mortos na operação de quinta-feira (8) no Jacarezinho, comunidade na Zona Norte do Rio.
No total, 28 pessoas morreram, incluindo o policial civil André Frias, de 48 anos. continuar lendo